[Jam de Roteiros #1] Snow-Strike: Condição Abaixo de Zero

Histórias de natal são quase sempre encantadoras. Por mais variado que seja o inverno, a neve geralmente lembra crianças brincando, atirando bolas de neve, ou construindo bonecos no jardim. À noite, uma árvore de natal os espera, com vários presentes embaixo dela. Pais e filhos aproveitam os dias frios para trazer, juntos, um momento de paz.

Durante aquele dia, no entanto, a paz acabou.


Em um armazém fechado durante o período de natal, uma organização executa uma invasão já planejada há alguns meses. Embora tenha se mantido longe do radar durante todo esse tempo, arquivos investigativos secretos comprovam que o governo já sabia de sua existência. Acredita-se que este grupo tenha se originado no Irã após a explosão da usina nuclear de Natanz, onde acredita-se que tenha sido resultado de sabotagem do governo dos Estados Unidos.

E esta não teria sido a primeira vez: em 2010, o Irã havia descoberto a existência de um worm programado especificamente para comprometer sistemas industriais SCADA, da Siemens, hoje conhecido como Stuxnet. Uma década depois, um acidente nuclear "finalmente" acontece, despertando um movimento anti-americano no país e a criação de um grupo disposto a se vingar, de uma vez por todas, dos auto-nominados "policiais do mundo".

Uma organização terrorista, fundada sob o nome de Phoenix Connection, estava disposta a investigar o caso e buscar por respostas.


Mas afinal, por que eles invadiram exatamente este armazém, e não qualquer outro?

Bom... para a surpresa de ninguém, o governo norte-americano negou que houve qualquer prática de sabotagem por parte deles, e reforçou que o Irã não encontraria nenhuma evidência que apontasse a esta "mentira".

A Phoenix Connection havia encontrado uma evidência!

Um log de acessos de rede vazado por um funcionário anônimo envolvido no grupo possuía uma série de requisições de "sites" suspeitos, todos com endereços IP distintos, mas com a região dos EUA. Quando acessados, estes sites retornam uma série de bytes que se assemelham a comandos, ou opcodes. Comparações diretas com projetos de engenharia reversa sob o antigo Stuxnet reforçaram a ideia de que o atentado havia sido, de fato, outra arma cibernética!

A origem dos IPs apontando para os EUA é suspeita, mas a teoria é que este "Stuxnet 2.0" teria sido desenvolvido por uma equipe menor do governo, e que uma série de reveses havia ocorrido durante a criação do servidor responsável por gerenciar o novo worm. Dentre estes reveses estavam uma VPN mal configurada e uma falha no código do servidor que não limitava nem sanitizava os dados enviados pelo worm.

Esta última, inclusive, tornou-se um vetor de ataque para a Phoenix Connection, que conseguiu acessar e descobrir onde os servidores estavam situados. A localização não se assemelhava a nada parecido com serviços de hospedagem, deixando a teoria de que ali seria uma possível base deste grupo, senão do próprio governo norte-americano.


A invasão deste armazém trouxe as respostas que a Phoenix Connection procuraram. E nos arquivos investigativos do governo, a teoria se tornara um fato: o atentado era real.

Mas esta não era nem de longe a maior preocupação. Os arquivos detalham a existência de outro projeto de alta tecnologia sendo desenvolvido em segredo no mesmo lugar. O documento não detalha exatamente como e por que, mas era coordenado por uma equipe pequena. Ao menos quatro membros desta equipe estavam presentes no local, sendo surpreendidos e mantidos pela Phoenix Connection como reféns. A organização terrorista pretende expor o código-fonte da arma cibernética e roubar o projeto secreto em forma de retaliação.


E assim, naquele dia, as Forças Táticas Especiais Contra-Terroristas (ou apenas Força Tática) entram em ação.


Dada a natureza secreta do armazém e dos projetos do governo, o objetivo passado era extremamente vago e objetivo: "limpem a área e resgatem os quatro membros presentes no local". Só isso. Nenhuma informação adicional ou detalhe era passado.

Os terroristas estão todos lá dentro, protegendo o local em várias áreas diferentes. Todos fortemente armados e dispostos a morrer por uma causa.


As tropas se dividem entre várias áreas, com policiais atacando o armazém de frente, pelas portas e pelos fundos.


As portas do armazém estavam bem guardadas e com terroristas escondidos entre várias caixas. O grupo contra-terrorista decidiu usar a tática ao invés de poder de fogo, e encarou os primeiros guardas com pistolas.

Infelizmente, os terroristas estavam melhor equipados nesta área, pois previram que seria ali que o ataque principal aconteceria. Utilizando rifles AK-47 e submetralhadoras, a força venceu a inteligência e a linha de frente dos contra-terroristas havia sido eliminada.

A previsão deles, porém, estava errada. Os contra-terroristas estavam se dividindo pelo local e esperavam atacar por vários ângulos diferentes. Dois deles foram apontados para atacar por cima, utilizando uma escada que convenientemente estava bem ali. Assim, parte do grupo terrorista conseguiu ser surpreendido.


Os terroristas que guardavam aquela área conseguiram eliminar um dos dois policiais. Sobrando apenas um de cada lado, o duelo estava prestes a ser decidido. Mas o último terrorista, antes de abrir fogo e contra-atacar, percebeu a chegada de um reforço nos fundos do armazém, subindo por uma rampa de carregamento.


O terrorista decide então se esconder e abrir vantagem para surpreendê-lo quando o policial subir. O contra-terrorista continuou no teto e decidiu se infiltrar nos tubos de ventilação. Uma entrada tática, porém arriscada, já que as tubulações percorrem todo o salão principal, onde a maior parte do tiroteio está concentrada. Qualquer tiro pode ser fatal, e se for avistado lá dentro, a morte é certa.


Um único contra-terrorista sobe a rampa de carregamento. Ele não sabe que ainda há um sobrevivente lá dentro...


...mas o terrorista também não esperava por um truque em sua manga: granadas de fumaça!


A Força Tática abre espaço e avança para o que aparenta ser a sala de controle, onde os reféns devem estar mantidos. Sob desvantagem numérica, os últimos terroristas esperam conseguir vantagem usando os reféns para escaparem. E como surpreendê-los? Camperando, é claro!


Eis que, de repente, um contra-terrorista o surpreende, caindo pelos tubos de ventilação. O camper se assusta e reage, eliminando o policial rapidamente. Mas ao fazer isso, ele sai da sua cobertura e é eliminado pelo outro contra-terrorista, que havia subido pela rampa de carregamento.


O tempo é vital para o sucesso da missão, e com apenas um terrorista faltando, a Força Tática acelera o passo.


Em frente às portas da sala de controle, o policial avista e elimina o último terrorista, escondido mais ao lado, em vão, pois conseguia ser visto pela janela.


Com isso, os reféns são finalmente resgatados. As tropas não sabiam quem eram, nem o que faziam. O policial fica surpreso com aquela coisa estranha colocada no centro da sala de controle. Ele não sabia explicar o que era, nem o que fazia. Pensou em questionar um dos reféns sobre aquilo, mas o tempo era curto e outros terroristas poderiam aparecer a qualquer momento.


Novos reforços vasculhavam o local em busca de mais terroristas. Mas até aquele instante, a missão estava cumprida.


Com a Força Tática recuada, os reféns foram levados até a zona de resgate. Lá, do mesmo jeito de antes, não houveram detalhes sobre nada do que havia acontecido. Agentes do governo apareceram em um caminhão, levaram os reféns resgatados e foram embora.

Diante de um ataque tão ofensivo à segurança nacional, esperava-se que o caso fosse amplamente divulgado e documentado pela imprensa. Talvez aquele também fosse o momento em que o governo reconhecesse as consequências dos atentados do Irã e emitisse um comunicado a respeito do caso.

Nenhum barulho próximo ao armazém foi noticiado. As forças contra-terroristas tiveram que assinar um acordo no qual não permitia que eles comentassem sobre o caso. As mortes dos policiais foram registradas "em cumprimento do dever", mas sem especificar a operação, hora ou local. Os corpos dos terroristas jamais foram vistos novamente.

Algumas semanas depois, o dono do armazém aparece para fazer uma vistoria de rotina. Ele nota que algumas caixas estão mal posicionadas e algumas paredes parecem ter sido perfuradas. Apesar disso, não conseguiu encontrar nenhum tipo de obstrução e tampouco uma bala em nenhum corredor. Curiosamente, os vidros estavam todos intactos.

O dono do armazém decidiu fazer contato com a polícia local para saber se houve alguma ocorrência naquela área. Segundo o atendente, nenhum caso havia sido registrado. No fim, achou melhor esquecer isso e finalizar a vistoria. Saiu e fechou tudo normalmente durante a noite, e o armazém permanecera fechado até o final do inverno, quando as férias de seus funcionários terminariam.

o/

Eu poderia gastar um bom tempo explicando porque eu achei a história/ideia fascinante, mas prefiro deixar isso pra uma outra hora. (chatbox)

Por agora, vou resumir o que eu achei.

Fazendo ligações com eventos reais, você conseguiu criar uma narrativa bem crível, mesmo que na realidade ela não passe de uma partida de Counter-Strike: Condition Zero :V