Farmanguinhos

Nome: Farmanguinhos

Genero: Minigames

Controles: Mouse, o jogo todo

Imagens:





Download: Dropbox

Todos os anos, a Farmanguinhos realiza um evento que educa a criançada quanto ao uso correto de medicamentos. No final da palestra, uma atividade lúdica fixa as informações na cabeça das crianças. Dessa vez, decidiram que a atividade seria um game, uma das pessoas envolvidas me conhece e, assim, eu entrei no circuito. Uma escolha improvável, já que estou em Belo Horizonte e a Farmanguinhos fica no Rio de Janeiro, mas estamos numa era em que isso não é tão importante.

No começo, náo fazíamos idéia do que seria feito. Algumas idéias foram sendo descartadas, outras foram engavetadas, nenhuma realmente agradou. O que mais se falou, nessa fase de brainstorming, foi fazer uma versão digital do que havia sido feito no ano anterior: um jogo de ludo em que, pra andar os pontos do dado, é preciso acertar a resposta de um quiz. O problema dessa idéia é que eu achei que a forma original, com tabuleiro e dados gigantes, era mais divertida, portanto não valia a pena investir em digitalizar isso.

Por fim, como o público-alvo seria formado por crianças de 5 a 10 anos, ficou decidido que o jogo seria impossível de perder, que o nível de dificuldade seria baixo (impossível de perder não é o mesmo que fácil de vencer) e que seria formado por mini-games amarrados por uma história central. No começo, o herói da história seria um farmacêutico, mas depois, como seria importante colocar um farmacêutico como atendente numa farmácia, acabamos criando um herói à parte.

Daí, me caiu a ficha que parte do público-alvo ainda não teria sido alfabetizada - eu mesmo só fui alfabetizado aos 6! Portanto, nada texto ou, ao menos, que se dublasse os textos. A dublagem seria um problema, porque não tínhamos atores, nem estúdio, nem, até o momento, um texto. Perguntei se podia contar com isso, a resposta foi um pouco vaga, basicamente um "vai tocando aí, que depois a gente decide". Se não fosse possível conseguir a dublagem, aumentaríamos a faixa etária do público.

Quando a coisa já estava mais ou menos caminhando, o designer gráfico da farmanguinhos, que produzira as imagens da cartilha e produziria as imagens do jogo, saiu de cena. Ficou um clima bem tenso, porque sem imagens, não haveria jogo. Atirei pra todo lado. Aqui no fórum, em escolas de desenho, pensei em ME matricular numa escola de desenho... nunca uma resposta definitiva. Várias pessoas interessadas, mas nem um linha no papel. Isso consumiu vários meses do desenvolvimento, já que nem eu nem a farmanguinhos queríamos assumir a responsabilidade de encontrar um desenhista.
Até que um dia, o Warlley Almeida, que já tinha me ajudado com o "jovem gaia", finalmente atendeu meu telefonema e topou. Como havia uma empresa envolvida, ele pôde cobrar por seus serviços, desde que fosse apresentada uma nota fiscal com CNPJ. Ele não tem nota fiscal nem CNPJ, mas topou assim mesmo e começamos a nos reunir - o que foi essencial! Nunca achei que seria tão difícil passar pra um desenhista as idéias das imagens que temos. Mas acaba que, até que aconteça essa conversa cara-a-cara, muitas das descrições detalhadas que colocamos no papel acaba tendo dúzias de interpretações.

Outra coisa que contratar o desenhista ajudou muito foi criar um senso de responsabilidade. Até então, eu tinha pensado muitas vezes em jogar a toalha e dizer para fazerem o jogo de ludo gigante. Agora, já não dava pra voltar atrás. O Warlley havia investido o parco tempo dele no projeto e contava com a grana. Fracassar, já não era opção.

Nesse meio-tempo, eu ia programando cada mini-game separadamente. A intenção era boa: se algo desse errado em um mini-game, esse erro poderia ser isolado e corrigido com mais facilidade. O meu erro foi usar os mesmos nomes pra variáveis globais de funções diferentes. Resultado: tive que renomear dúzias de variáveis, um retrabalho que seria evitado se eu tivesse me lembrado de adotar a boa prática de escolher nomes significativos. A partir daí, o objeto-controle deixou de se chamar "obj_controle" e passou a se chamar, por exemplo, "obj_tiroAlvo_controle".

Aí, o desenvolvimento ficou bem tranquilo. Algumas alterações foram sugeridas e acatadas, outras rejeitadas, o jogo acabou sendo concluído. Uma história cheia de texto, mas que cobria bem toda a cartilha. Aí, a "chefe" testou o jogo e comentou:
- É, acho que ele ficaria, mesmo, bem melhor com a dublagem!

Foi o sinal verde que esperávamos. Uma equipe amadora foi reunida no Rio, um estúdio foi alugado e o texto, ensaiado. Nessa altura do campeonato, o jogo estava quase pronto, mas tive que dar o alerta: "Uma vez gravados os textos, estão proibidas as alterações!"
Acho que, sem isso, eu ainda estaria alterando uma coisinha aqui e outra ali.

Bom, enquanto os "atores" ensaiavam de lá, eu ia mudando o código pra incluir os "sound_play". Na maior parte, foi bem fácil, mas tive que tomar cuidado pras frases não se sobreporem nem interromperem os efeitos sonoros. O quiz, em particular, foi bem trabalhoso, porque as respostas são colocadas em ordem aleatória e as frases podem ser repetidas mesmo depois que uma resposta errada foi excluída. Penei com isso. Tive que reescrever o código, um código que eu tinha escrito a um ano atrás, quase. Nessa hora eu dei graças a Deus por ter sido organizado e comentado boa parte do que tinha feito. Identação e comentários, nunca deixem de fazer isso!

Por fim, o jogo ficou pronto. Sei que podia ser bem melhor, mas fiquei satisfeito com o resultado. Principalmente o resultado prático: embora algumas das crianças tenham se entediado e largado de lado, outras voltaram para a fila várias vezes, para jogar. Crianças que não me conhecem, não fazem idéia do trabalho que deu produzir o jogo e, se fizessem, provavelmente não se importariam. Elas jogaram porque QUERIAM jogar. Essas crianças fizeram todo o trabalho valer a pena!

Eae Saim, tranquilo?


Muito legal seu projeto, vejo que você tem vocação para fazer jogos na área educativa, boa a história também.


Joguei o jogo, achei ele bem informativo e educativo mesmo, acho que a parte gráfica da cidade poderia ter sido melhor trabalhada, notei que os gráficos foram(aparentemente) feitos no papel e escaneadas, deixando alguns pixeis de recorte na imagem(pontos brancos).
A jogabilidade em si funciona bem, e os minigames ficarão bem feitos, mas notei que é possível trapacear no jogo da velha, isto é, você virá a carta, e depois a desvira, e isso não conta como jogada.


Caso ainda for mudar algo no jogo, recomendo mudar um pouco o visual da cidade, e, no fim do jogo, colocar algo como uma contagem de pontos, se baseando no jogo de memória, no quiz, e no joguinhos.


Do mais, bem legal mesmo o seu projeto, espero que continue postando e participando aqui no fórum, porque ultimamente você está sumido!



notas finais:

Absalão Neto? o.O

theokof98 está avaliando este jogo.

Acho que você estava se referindo ao jogo da memória... CARAMBA, é possível isso? Não acredito que cometi um erro crasso desses... E, olha, tive pelo menos 4 pessoas testando o jogo!
Quanto às imagens, você está certíssimo. Esse foi um dos motivos de eu ter demorado a entrar em contato com o Warlley, ele não usa o computador. Daí, eu escaneava os desenhos. Pra não ficar um contorno muito tosco, eu vetorizava meio que automaticamente, no inkscape. O arquivo vetorizado fica pesadaço, é um processo lento e o resultado seria melhor se fosse feito diretamente no computador. Mas ainda assim, ficou muito melhor que se eu tivesse feito os desenhos. Os "pixels" em branco não são pixels, são realmente irregularidades do lápis de cor sobre o papel. Apesar de ser incomum, acaba que eu gosto do resultado.
As casas, por sinal, fui eu quem fez. Daí, você tem uma ideia de como ficariam as coisas sem o Warlley.

Como o jogo já cumpriu seu propósito, não devo mexer nele mais. Se fosse, eu acataria a sugestão do visual da cidade e, claro, a correção do bug. A pontuação, não, te explico porquê. O jogo é impossível de perder. Quer dizer, todo mundo que chegar ao final vai ter acertado o mesmo número de coisas.
Ok, é possível reduzir a pontuação a cada erro, resultando numa pontuação melhor pra quem errar menos antes de acertar. Mas isso não acrescentaria nada ou quase nada à diversão. Custei a perceber e aceitar isso. Na verdade, o jogo tem meia engine de pontuação escondida nos códigos, que eu resolvi, no meio do caminho, deixar sem aparecer. A pontuação não foi simplesmente esquecida, ela foi conscientemente removida. (A contagem de movimentos no último jogo da memória foi colocada contra minha vontade, acho que tem muito do fator "sorte" envolvido, o que é injusto numa medição de habilidade)

Gráfico: 8
Som: 8
Programação: 8
Diversão: 10


Conceito: B

Ponto Forte:  
Achei o jogo bem interessante, e o principal motivo foi pelo fato dele possuir um propósito educacional. Realmente a ideia ficou muito boa e criativa, a forma como você mistura os jogos de puzzy com informação educativas ficou muito boa. Gostei também bastante do fato do jogo ser dublado, isso ajuda bastante a um publico mais novo conseguir jogar o jogo.

Ponto Fraco:  
Apesar do jogo ser dublado, a qualidade do áudio ficou um pouco ruim comparada a todo o resto do áudio do jogo, senti falta também de alguns efeitos sonoros em certas ocasiões o que tira o aspecto homogêneo do áudio. A parte gráfica também não ficou muito homogênea, as fotos dos personagens, por exemplo, ficaram com um efeitos um pouco diferente de outras partes gráficas restantes do jogo.

Sugestão:
Apesar das ideia de dublagem ter sido muito boa, se atentar com fazer um áudio de qualidade. O mesmo serve para a parte gráfica. Outra sacada boa é não existir uma aleatoriedade no puzzy do jogo para estimular um bom replay.

Eu seria até mais rigoroso, na avaliação.
Concordo plenamente que a qualidade do áudio deixa a desejar, foi muito feito às pressas, os atores, bem amadores.
A parte gráfica, também, foi feita a mais de uma mão, o que realmente quebra a unidade.
A diversão... fiz o melhor que pude, levando em conta o público-alvo, mas senti que faltou experiência. Dava pra melhorar.
Também me esmerei em apresentar os controles e regras da melhor forma possível, mas fiquei com a impressão que faltou alguma coisa.
Só não saquei o comentário quanto à aleatoriedade. Todos os mini games tem algum nível de aleatoriedade, inclusive as "corridinhas" na tela principal. Em que ponto eu pequei, nessa?

Quando digo aleatoriedade, quero dizer variação no tipo de jogos dos NPC da tela principal. EM cada jogo eles terem um problema diferente.